sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Música é algo que não ouvimos, mas sentimos.




É o ritmo sincopado da vibração cardíaca.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    BANCO DOS RÉUS


    CULPADO OU INOCENTE?


Assaltante de banco: culpado pela inocência do sistema 
Dono de banco: culpado pela clientela, inocentado pelos clientes
Pichador de banco: inocenta-se pela revolta presente no vandalizar
Tarado de banco: a inocência da moça põe a culpa no moço, que pune a moça 
Enfermeira do banco: uma vez por mês sangra as próprias culpas
Enfermeiro do banco: sem a menor culpa, goza todos os privilégios
Médico do banco: cego pela culpa, fica de olho nas córneas alheias   
Bicheiro no banco: culpado pela polícia, inocentado pelo apostador
Jogador de banco: a culpa não é dele, sempre do técnico

terça-feira, 21 de junho de 2011


CUÉNTAME un cuento


Hay un cuento, que casi por lamento, se llama microcuento.

Pequeño, pero muy atento, vive de "cadabras", haciendo rimas con palabras.

Le encantan los trucos, los conejos, los sombreros, los payasos locos.

De lunes a lunes, siempre a la noche, camina por el circo. Sus huellas, rojas, manchan de sangre un espectáculo sin risas. Inolvidable como las tragedias griegas, irreversible como la muerte.

El circo, antes lleno de esperanza, ahora queda vacio y quema sin parar. ¡Fuego!

Al final, destrozado y arrepentido, el microcuento llora las pérdidas: son frases, palabras y muchas, pero muchas letras carbonizadas. Pero de golpe, hecho una magia, sus lágrimas debelaran las llamas. ¡Agua!

Por suerte, aún quedan sobrevivientes: la pluna de color roja sin tinta y una hoja con medio cuerpo quemado, quemado por la soledad.

En medio a todo, queda la pregunta:

¿La literatura es un código oculto o un macrocuento secreto?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Escriba

Sua vida foi literalmente escrita pela mão do destino.

Depois de tanto escrever, já nas páginas finais, o folhear do tempo registrou seu último pedido: Virar a página e encerrar sua história.

O livro aberto se fechou e a poeira tratou de embalsamar o corpo.

Esquecido por décadas, certo dia, renasce diante do sopro investigativo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mulheres Homens

Ursula Burns

Elas são a personificação dos processos corporativos: multidisciplanadas, multidisciplinares, adaptáveis e, assumidamente, pouco sentimentais. Tomam de 30 a 50 decisões por dia com certa facilidade, seguindo à risca um padrão viciante e centralizador.

Costumam criar e recriar projetos, rever prognósticos, imaginar cenários, repensar detalhes e, por fim, decidir.

Podem ficar por mais de 10 minutos se olhando no espelho em busca dos porquês, e não em busca dos sinais do tempo. Pelas manhãs, exalam a fragrância do otimismo e da sapiência em cada bom dia, mesmo estando sob forte pressão.

Elas são executivas, diretoras executivas, presidentes ou simplesmente chairwoman's. Elas estão no alto escalão: ministras, governadoras, chefes de estado, pessoas de grande influência.

Preferem a crítica pontual ao ponto final. Costumam responder com olhares introspectivos ao invés de falas prontas. Quando o diplomático boas-vindas torna-se obrigatório, um sorrir comedido e um tradicional aperto de mãos já são o bastante.

Elas trabalham full time, extra time, time after time e nunca estão offline. Quando resolvem dormir, seu cérebro reascende ao toque do smartfone. Elas são mães, filhas, netas, amigas, amigas de poucas amigas, ou não. Enfim, pessoas cumulativas que pluralizam a vida de uma maneira singular.

Falam muitos idiomas, não necessariamente linguísticos e dominam três dialetos fundamentais: corporativês, economês, politiquês.

Elas têm um senso de sobrevivência fora do comum e costumam resistir a altas e baixas temperaturas do mundo dos negócios. São flamantes quando perdem a cabeça, são gélidas quando cortam cabeças. Contudo, equilibram-se nas cordas bambas do ser ou não ser.

Como excercício e não como hobby, jogam xadrez ou golf - e até arriscam um simulador de vôo. Suas noções espaciais e periféricas são acima da média e definitivamente, não são nada estabanadas.

Elas percebem, enxergam, decodificam e transmutam oportunidades em segundos, provando que computadores não têm visão sistêmica. Como se não bastasse, elas criam e reinventam conceitos, jovializam propositalmente velhas máximas, numa tentativa de revitalizar os estereótipos da meia-idade.

Muitos homens as consideram dinamicamente assustadoras ou rivais eternas. E, se existir atração física entre ambos, dificilmente haverá algo a mais do que sexo ocasional. Talvez e bem talvez, um platônico romance poderá surgir.

Elas optam pelo prestígio, porque a fama não está associada ao poder. Elas são calculistas, metódicas, econômicas e projetam os próximos 5 anos como se fossem 5 meses. Porém, aqui vai um alerta: Mulheres Homens não são assexuadas, solteiras convictas, frígidas, inimigas ou incapazes de amar. Apenas ultra-corporativas.

Sim, elas são mulheres, as novas mulheres.

Elas são Mulheres Homens.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Detesto, Mas Venero

Detesto a falta de conexão das pessoas com as pessoas, mas venero olhar pessoas como pessoas. Detesto não compreender o incompreensível, mas venero a fragilidade do mundo plausível. Detesto a patifaria reminiscente do político, mas venero o reincidente espancamento crítico. Detesto conjugar critérios da vida alheia, mas venero todos aqueles que tecem a própria teia. Detesto o longo discurso dos que buscam perguntas às respostas, mas venero a sutileza dos que encontram respostas às perguntas. Detesto a complexidade aparente das grandes coisas, mas venero a simplicidade presente nas pequenas coisas. Detesto o engodo dos pseudo-intelectuais, mas venero a falsa cúpula dos acadêmicos imortais. Detesto tudo aquilo que me enfraquece em dias normais, mas venero perder forças em atos banais. Detesto o apodrecer da comida na encruzilhada, mas venero o enrijecer da mosca envenenada. Detesto a cartilha do rigor diplomático, mas venero o manifesto em prol do lunático. Detesto a contrapartida dos chefes de estado, mas venero o ímpeto do filho bastardo. Detesto o bajular rebuscado do galanteador, mas venero o beijar roubado do namorador. Detesto os documentos que atestam minha saúde mental, mas venero a feroz eloquência do surrealismo letal. Detesto saber que nada sei porque tudo busco, mas venero lamber o prato que a cada dia cuspo.