quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PMDB - 41 anos

Quatro décadas de vocação política. Quarenta anos de um passado vívido em nossas memórias.

É chegado o momento de agradecer. E de creditar relevância ao importante legado político desse partido e dos que fazem dele, uma grande referência em dignidade e ética.

Com uma doutrina democrática e de formatação moderna, o PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro, atua com representatividade, credibilidade e força dentro e fora do estado.

Dotado de uma orientação política de centro, figura entre as maiores potências democráticas do Brasil e porque não dizer, da América Latina. Sua vasta e bem articulada ramificação nacional vem contribuindo, historicamente, pela correta manutenção dos ideais do povo brasileiro, não descuidando de incentivar novos valores e as suas respectivas causas. Como cidadão e interessado pela vida pública, confesso sentir orgulho das heranças fidedignas que foram preservadas, sem falar no status atual de partido sólido e perseverante.

Através de pulsante energia, soma conquistas em seus núcleos e diretórios, traduz os anseios de uma juventude unida por sonhos e ideais de renovação, dos adultos comprometidos com o seu presente e futuro, e dos maiores pela ideologia histórica, por uma filosofia do saber e do ensinar com propriedade e verdade.

Por tudo isso, e no intuito de prestar os meus mais sinceros votos de felicidade, desejo a todos os afiliados e colaboradores: vida longa, harmonia e paz, na vida e na política, na política de nossas vidas, hoje e sempre.

Parabéns PMDBISTAS!

Em comemoração ao 41º aniversário desta Augusta Agremiação Política.

PMDB - PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO O PARTIDO DO BRASIL

PORQUE A NOSSA DEMOCRACIA TEM PASSADO, PRESENTE E UM FUTURO PELA FRENTE.

QUANDO O CALOR MATA

Três Contos Acefalobráquicos

Domingo, 22 de outubro de 1976.

Região metropolitana de Porto Alegre, zona leste, 01h37min da madrugada.

Faz excessivo calor, digo senegalês.


O CONTEÚDO A SEGUIR É FRUTO DE UMA MENTE CRIATIVA.
SUA CONCEPÇÃO: DESPROVIDO DE BRAÇOS, PERNAS E CABEÇA.


Talvez, devido a uma relevante conduta do "nada sei e nada vi", até agora, pouco se sabe dos misteriosos pedidos de ajuda que ecoavam nos corredores A e B deste colosso de concreto.

Da aparente sensação de calma, a fúria repentina. Assim eram as vazias tardes e as interrogativas e angustiantes noites do senhor Alcides, 63 anos, porteiro do Residencial Goethe.

Ao entrar no sufocante saguão deste edifício, já se comprova, através da parafernália documental, exposta no balcão de identificação, que este senhor, apresenta leve e inofensivo quadro de esquizoidia. O denso vai e vem matinal tentava compensar o drama que o irritante silêncio invariavelmente trazia noite após noite. Por já não aguentar a individualidade sonora do tic tac do seu relógio, o vagaroso Alcides, decide estrear seu novíssimo rádio FM estéreo. A musicalidade acalma este cansado homem que, de vez em quando, pensa que o calor, que sufoca e aterroriza seus dias, ainda poderia matar alguém.

Dia 28 de Outubro, 23h59min proximidades do corredor A do Residencial Goethe, andares altos, ouve-se um triplo e amplificado estampido de arma de fogo, seguido de um assustador urro de dor. O múltiplo abrir e fechar de portas anuncia-se. Cabeças elasticamente curvadas invadem os corredores, e, através das suas visões periféricas, captam instantâneas do fato. Típicos desprazeres de um crime capital. Nesses casos, a sustentabilidade do agora e do depois, tornou-se facilmente violável. Em seguida, motivados por uma contagiosa sensação de justiça, meio vintena de condôminos, aos prantos, subiram desordenadamente as íngrimes escadas manchadas pelo vermelho. Buscavam condenar o incondenável. E a pedido, o porteiro duplica a luminosidade interna dos corredores e escadarias. Os intensos focos luminosos propiciaram maior visibilidade aos que, desesperadamente, corriam em direção aos intransponíveis blocos de concreto residentes nos paradigmas sociais.

O adiantado da hora insistia no quase sonoro multiplicar dos seus segundos. No saguão, o tic tac do aparato de pulso desencadeava tremores. E após espantosos gemidos e suplícios, foram lacradas e não se sabe por quem e por que, as portas que dão acesso rápido aos corredores A e B. Com isso, ninguém poderia descer ou subir pelas escadas, elevadores ou plataformas de acesso. A partir daí, ouve-se uma sinfonia de protestos generalizados. Com o lacrar das portas, tem-se a inviolabilidade dos fatos. Desde a edificação deste gigante de aço e concreto contabilizam-se 13 misteriosas ocorrências. Pairam no ar inanimadas certezas e incertezas. Ainda há balburdia nos andares superiores, mas não há entrada, saída ou meio de fuga.

Desta forma, qual seria o paradeiro do assassino, digo, autor dos disparos?

Enquanto isso, na portaria, um tanto irritado, Alcides desiste da novidade musical para guardá-la dentro da gaveta dos pertences. Ele se ausenta novamente da cadeira, da mesa e das suas obrigações. Decide, então, buscar um meio de limpeza eficaz, pois foi agraciado com algumas manchas no seu quase amarelado uniforme branco.

O calor sufoca! Também, por isso, ele busca o banheiro auxiliar mais próximo com a finalidade de reduzir o rubor facial e os suores causados pelas altíssimas temperaturas dos últimos dias. Alcides, por onde passa, pinga e respinga manchas quase avermelhadas, mas o antigo banheiro está lacrado por um velho cadeado que o faz retornar até a portaria em busca da chave. Quando volta, o porteiro percebe a chegada de uma viatura policial. O sistema eletrônico é acionado e o vagaroso funcionário, aproxima-se da entrada principal. Com a porta entreaberta e com um tímido acenar de cabeça, ele presta as boas vindas ao policial.

ALCIDES: Boa noite, senhor! A que devo a honra desta visita?
POLICIAL: Boa noite! Chamo-me Breno, sou inspetor de polícia e recebi mais de 10 chamados de moradores revoltados que falavam de tiros e gritos nos corredores. Isso é muito grave.
ALCIDES: O chamado vem daqui mesmo? Não posso acreditar.
ALCIDES: O senhor tem certeza? Não estás confundindo a numeração? Aqui, tudo é muito tranqüilo jovem senhor.
BRENO: Absoluta certeza meu caro. Sou novo na delegacia, mas a notificação está bem clara. Desculpa, mas qual é o seu nome?
ALCIDES: Alcides.
BRENO: Por gentileza, necessito entrar o quanto antes no prédio e subir até o 21º andar, contatar com estas pessoas para saber o que realmente ocorreu.
BRENO: Alcides - poderia me dar licença?

Alcides aparenta leve desagrado com a insistência do Inspetor Breno, e, de alguma maneira, tenta obstruir a porta de entrada.

BRENO: E aí cidadão? Passo ou não passo?
ALCIDES: Ahnnn, hunnn... claro, claro doutor. Tenha a bondade de entrar.

Sendo vencido pelo oficial, o porteiro desobstrui a porta e libera a passagem

BRENO: Antes de subir, o senhor poderia anunciar-me?
ALCIDES: Sim, lógico, é pra já.

Sabendo que a comunicação telefônica estava propositalmente desconectada, Alcides, dissimuladamente, depois de certo tempo, informa que o ramal não respondia.

ALCIDES: Até agora nada, pelo adiantado da hora, devem estar dormindo. Deseja voltar amanhã?
BRENO: Negativo, subo agora. Porque há pouca luz? Onde estão os elevadores?
ALCIDES: Estas são as de reserva e os elevadores estão ao fundo, mas não funcionam. Terá que ir pelas escadas.
BRENO: Que barbaridade! Escadas?
ALCIDES: Sim, isso mesmo, escadas. Eventualmente, elas são as nossas únicas opções quando estamos sem energia.
BRENO: Tudo bem, mas antes de retornar, pretendo conversar um pouco mais com o senhor. Até mais...
ALCIDES: Até breve meu jovem! Ahnn! Cuidado ao subir, entre outras coisas, há pouca luminosidade.

Diante da ausência de Breno, subitamente, Alcides conecta o cabo telefônico e marca uma seqüência de números...

ALCIDES: Alô, alô! Como estão as coisas?
?????????: Muito estranho - tudo está calmo.
ALCIDES: Todas as portas fechadas?
?????????: Sim, mas antes tentaram forçar e agora há silêncio. Provavelmente, algum plano de fuga ou voltaram para os apartamentos. Algum problema?
ALCIDES: Sim, de última hora. Chamaram a polícia e o cidadão da lei acaba de subir as escadas que dão acesso ao corredor A. Ele busca o 21° andar.
?????????: Entendo, o pobre coitado encontrará a porta fechada.
AlCIDES: Faremos o seguinte: Assim que ele descer, provavelmente indignado, tu destranca a porta de ferro, faz bastante alarde para que todos ouçam, deixa ela aberta, sobe 3 lances de escada e aguarda. Os revoltados farão o trabalho pela gente. Depois de tudo isso, quero o teu sumiço.
?????????: Pode deixar, fico de olho, faço a minha parte e depois desapareço.

Marcado pela intensa sudorese provocada pela desgastante subida, Breno alcança o seu objetivo, mas encontra o portão de acesso chaveado. Inconformado, decide retornar até o térreo. Ao descer 5 lances de escada, escuta um forte estrondo proveniente dos andares superiores. Estático, com a arma em punho e bastante assustado, pensa em desistir, entretanto suas atitudes nem sempre são compatíveis com seus pensamentos.

O dever me chama, pensa em voz alta, o jovem inspetor que retorna com a cautela de quem teme pelo pior, mas ao se aproximar do 21° piso, o dedicado policial observa com espanto o portão, que, há pouco tempo atrás, estava trancafeado. Atônito, porém investigativo, decide avaliar as proximidades em busca de provas.

BRENO: Quem foi à criatura que abriu este portão, se não há absolutamente ninguém aqui perto? Que baita estrondo! Que coisa mais estranha!

Sem saber o rumo das coisas, Breno observa se há vestígios, aguça seus ouvidos, mas devido ao intenso calor, mergulha num transe hipnótico que o faz compartilhar intermináveis segundos de perplexidade e vazio dramático, porém eis que surge uma repentina e sufocante onda de histerismo que quebra o silêncio, faz tremer e abala as estruturas deste ermo, estreito e interrogativo corredor.

BRENO: Pelo amor de Deus, mas que barulheira de matar é esta?

Alguém está lembrado daquela meio vintena de indignados condôminos que percorriam os corredores em busca do autor dos disparos?
Pois bem, até que se prove o contrário, o elemento que dispara contra algo ou alguém, porta uma arma de fogo e, se abordado, geralmente, nega a autoria do disparo, é um suspeito em potencial. Baseados nestas hipóteses que, a partir de agora, e através de um líder, estes justiceiros condenarão um inocente à morte.

BRENO: Mas o que é isso? Quem são todos vocês? Calma lá - não se aproxime.
Olha aqui pessoal, sou da polícia e só venho para ajudar.
???????: Nada disso cidadão, aqui ninguém é otário. A justiça será feita!
BRENO: Quem faz a justiça sou eu e não vocês. Por favor, acalmen-se, pois faz muito calor.

Segundo a segundo, à distância entre ele o os moradores diminui. O nervosismo e o calor, agora muito maiores, invariavelmente deformam as 11 faces e Breno, na tentativa de esquivo, anda para trás até esbarrar em uma parede divisória. Encurralado, desolado, mas armado, reafirma:

BRENO: Chega! Para trás ou disparo.
???????: Disparar? Assim como fez com o pobre coitado. Atira logo de uma vez seu desgraçado...

Neste exato momento, o gatilho é acionado, mas para o azar do nobre e injustiçado policial, falha impiedosamente. Aproveitando-se deste fato, o líder o desarma e possibilita um terrível linchamento. Enquanto o sangue jorra e se escuta os últimos gritos de socorro, o mentor da barbárie some sem deixar rastros. Com a rapidez de uma lebre em fuga, o sujeito desce as escadas rumo à portaria, mas, ao se aproximar, é bloqueado por uma porta, que na verdade, neste momento, deveria estar aberta. Inconformado pelo desfecho grita o nome do porteiro.

???????: Alcides, Alcides, abre esta porta, fiz o que combinamos. Vamos rápido!

Passados alguns segundos de pânico, pelas costas, o interrogativo criminoso, é surpreendido pela irônica mansidão vocal do pacato Alcides, que profere a seguinte frase:

ALCIDES: Que calor odioso, não achas?
???????: Ahnnn??? Que susto!!! Abre esta porta de uma vez por todas! Larga esta arma, tudo está feito. Acabou!
ALCIDES: Estás absolutamente certo meu interrogativo amigo. Acabou, sim, mas para você.
???????: Que isso? E essa arma? Larga essa droga Alcides. Depois de velho, ficaste louco? To morrendo de calor!
ALCIDES: Ehnn! Exatamente, vais morrer de calor...

Sem pestanejar e com a frieza habitual, Alcides aciona o gatilho de sua Bereta. Ouve-se, então, novamente, um triplo e amplificado disparo proveniente de uma arma de fogo.

TAAHN, TAAAHN, TAAAAHN !

Alvejada e inanimada, assim desaba mais uma vítima do calor.

O tempo passa e as coisas mudam. Correto? Nem sempre é assim. O Residencial Goethe, por exemplo, permanece inalterado. Outra coisa inalterada é a vida de Alcides, que consiste no desfrute da sinfonia bélica dos seus disparos, no colecionismo e ocultamento de cadáveres e, para o seu próprio bem, na manutenção de um estilo pacato, vagaroso e até gentil de ser.

Leve e inofensivo quadro de esquizoidia?

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Auto-homenagem

Mas, a propósito, ver-te esculpindo as palavras, fazendo soá-las em forma de rima, poesia, ou crônica, suspendeu-me ao paraíso.

Aquelas costumeiras torrentes de palavras, somaram-se e transformaram-se em uma deliciosa leitura. Fiquei fã do teu trabalho e admito, espantado!

O que é: Humor, beirando o rio? Será negro, branco ou vermelho? Ou, até mesmo, sutil anarquismo, contrariando a forma. Simplesmente gostei. Porque o ato de escrever é solitário, mas revelar-se, é, de fato, sinal de decente valentia! Daí, o processo inaugural de admiração do teu trabalho, estilo e pelo valoroso ser humano que és!

Só um pedido: escreva mais e mais. Tua escrita tornou-se uma "droga", necessária para manter-me vivo, a mim e ao meu cérebro, que até então, sobrevivia de embustes, dos quais produzia enquanto homem conectado a cabos de fibra ótica, devorando bytes por segundo.

Adoro-te, jovem palestrante, ser errante que esparrama capital intelectual.

Amante do Tecnosurrealismo & Anarquismo, flâmulas rasgadas, manchadas pelo vermelho.

Uma lâmina desgovernada que vai e vem.

Ontem, hoje ou muito além.

Navalha na Carne...

Gotejo sincero de uma autopunição.

Texto adaptado com as devidas técnicas de segurança literária.

Fotografias Apaixonadas da Alma Paulistana

Em São Paulo, fotografar significa...

Suspirar é captar instantâneas dos ladrilhos que refletem a tua majestosidade, e revelá-las no laboratório sentimental do meu coração. Durante o processo técnico, trancafio as portas que dão acesso às abarrotadas avenidas cardiovasculares do meu ser.

Meu coração é uma tempestuosa e encatarrada metrópole às 8:00 da manhã. Com ações e contextos entrecortados, busco através dos coloridos ternos de Herchcovitch, a segurança do ser. Como tentativa absurda de cura, dentro de automóveis, administro doses móveis de narcóticos que complementam um desejum de necessidades e vaidades nada frugais.

Seguro, mas frágil, colorido, mas gris, sano, insana la vida, uma ferida. Métodos confusos, suas aplicabilidades e transgressões, soluções antitussígenas e expectorantes de um xarope vai e vem matinal.

Até segunda ordem ou terceira desordem, ninguém entra, ninguém sai.

Todos parados, drogados, suados e cansados, aguardando a revelação fotográfica nos numerosos semáforos paulistanos.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A SOCIEDADE ESPANHOLA E O CONFLITO COM A IMIGRAÇÃO: A COMUNICAÇÃO COMO FIO CONDUTOR DOS PROCESSOS DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO

ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA

A SOCIEDADE ESPANHOLA E O CONFLITO COMA IMIGRAÇÃO: A COMUNICAÇÃO COMO FIO CONDUTOR DOS PROCESSOS DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO


Marcelo Petter de Vargas

Disciplina: Linguagem III
Profa Dra: Eveli Seganfredo

Porto Alegre, novembro de 2007
A SOCIEDADE ESPANHOLA E O CONFLITO COM A IMIGRAÇÃO:
A COMUNICAÇÃO COMO FIO CONDUTOR DOS PROCESSOS DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO


Marcelo Petter de Vargas*


RESUMO


Embora sejam inegáveis as conquistas civilizatórias dos países pertencentes à União Européia, ainda não fica claro para onde estão indo os processos que envolvem a imigração na Espanha, tendo em vista que há uma familiaridade mal resolvida por parte do seu cidadão, no que se refere às questões deste fenômeno e as suas conseqüências diretas e indiretas em seu habitus secundário. Em contrapartida, há uma realidade paralela a esta, que percorre uma trajetória igualmente conturbada, marcada por disputas ferrenhas entre Estado, Mercado e Sociedade Civil. Destes desentendimentos, apenas uma certeza: não há certeza que possa confirmar legitimidade ou ilegitimidade nos processos de imigração no território espanhol. Ainda assim, a disputa segue sem indicar um grande vencedor ou perdedor, mas o que a prática mostra é que esta rixa, invariavelmente, acaba nocauteando o lado mais fraco, gerando uma unânime sensação de perda, uma verdadeira despatriação no imigrante. Dando complemento a esta paisagem nada primaveril, surgem os MCM, suas fortalezas midiáticas e toda uma linguagem capaz de aprisionar ou liberalizar uma idéia, conceito ou cena social. Esta técnica, dependendo do capital simbólico envolvido, pode ser usada em favor ou contra os imigrantes que arriscam a sua sorte nesta jornada de poucas certezas.

PALAVRAS-CHAVE: Estado, Mercado, Sociedade Civil, MCM, imigração, fenômeno.

*Acadêmico do terceiro semestre do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda pela ESPM - RS, Estilista em Confecção Industrial pelo CEP. SENAI de Moda e Design de Porto Alegre e Redator Publicitário. Endereço profissional: Av. Ramiro Barcelos, 1929 - sala 301 - Porto Alegre - RS, fone: (051) 33339501 / E-mail: redacao@vibedesign.com.br

INTRODUÇÃO

No território espanhol, mais precisamente nas zonas cosmopolitas desta nação, vem ocorrendo, no último quarto deste século, um fenômeno muito característico nos países pertencentes ao velho mundo: a imigração massiva.

A milenar Europa, berço da Espanha, país com alta densidade demográfica e histórico recente de redução das taxas de natalidade, tem hoje, na imigração, a questão central dos debates sociais, tornando-se alvo de discussões permanentes. De um lado, os espanhóis contrários a esta aglomeração social, do outro, os que acabam tirando proveito desta diversidade étnica. No eixo central desta disputa, como agente mediador, encontra-se a política como instância reguladora dos processos legais. Polêmica por si só, a imigração é, em grande parte, fruto da substituição do modelo de Bem Estar Social das economias Latinas, Africanas e do Leste Europeu que fracassaram na tentativa de disponibilizarem políticas capazes de frear os índices de pobreza. Este fator, sem dúvida, é o que mais motiva a fuga excessiva de seus habitantes para uma “Espanha dos sonhos”, opção de destino cada vez mais sugerida no mapa global das imigrações.

Este artigo tem como objetivo explicitar a complexidade e a dinamicidade dos processos sociais de uma Espanha Moderna, visto que foi e continua sendo porto de desembarque de muitas etnias. Igualmente, visa aclarar como a Comunicação, em seu arquétipo mais elementar, exerce papel fundamental na condução dos debates que envolvem esta, gerando uma atmosfera ora de exclusão, ora de inclusão social da carga imigratória.

Para melhor cumprir com o escopo deste estudo, ele está organizado em duas partes: a primeira trata do resgate histórico dos processos de imigração na Espanha e a correlação de forças entre os atores implicados: Estado, Mercado e Sociedade Civil. A segunda aborda os meios de comunicação de massa, suas relações com as instâncias de poder e o desgaste que estes arrolamentos trazem à sociedade. Finalizando este artigo, trataremos de comentá-lo sob uma ótica mais apurada, relacionando os temas abordados ao longo deste ensaio com a temática que sustenta toda esta cadeia de raciocínios.

1. A IMIGRAÇÃO NA ESPANHA: UMA QUEDA DE BRAÇOS DENTRO DE UM IMENSO LABIRINTO SOCIAL

A luta pela sobrevivência, a conquista dos direitos e deveres e a elevação dos índices de desenvolvimento sempre fizeram parte da pirâmide de necessidades básicas de todo e qualquer ser humano, não importando gênero, raça, credo ou posição social. Com o passar dos séculos, o desenvolvimento dos modelos sócio-econômicos permitiu avanços significativos das estruturas desta pirâmide, trazendo benefícios à grande parte dos conglomerados étnicos que dela racionalizam sua trajetória como agentes sociais.

Porém, o que dizer quando estas prioridades, assim como o sistema que as mantém vivas carece de manutenção ou se putrefaz? A resposta requer, em primeira instância, a busca e o entendimento das causas deste fato. Adiante, faz-se necessária a procura por soluções que viabilizem a reedificação dos pilares que sustentavam este ambiente social. No entanto, quando o estágio de enfermidade deste sistema é muito alto, ocorre, invariavelmente, o fenômeno da imigração.

Assim como outros países do velho mundo, a Espanha, desde a sua adesão ao pujante bloco da União Européia, em 1986, deu início a um período de ascensão, tornando-se um país altamente industrializado e uma das dez maiores economias mundiais num espaço de tempo não maior que oito anos.

O recorte desta realidade, infelizmente, acaba atraindo milhares de pessoas a cada dia em solo espanhol: homens e mulheres que desistem do desgastante quadro social de suas pátrias, buscando novos horizontes que ofertem níveis de empregabilidade e remuneração justas, provenientes de uma economia fortificada, bem como uma infra-estrutura que absorva tal gama populacional.

Tratando de pontuar esta questão, reflete o portal ibero-americano ciberamérica (2007).

O ocorrido na Espanha não deixa de ser surpreendente. O país passou, em poucos anos, de ser um emissor de emigrantes a converter-se num dos principais destinos da imigração no mundo. Efetivamente, na atualidade, mais de nove por cento da população espanhola é de origem estrangeira, cifra que em 1991 mal superava o um por cento. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), na atualidade existem na Espanha mais de três milhões e meio de imigrantes, dos que pouco mais de dois milhões são regularizados.

A observação deste panorama imigratório vem gerando, nos últimos quinze anos, uma disputa absolutamente inquietante no que tange ao interesse de um tripé formado pelas esferas do Estado, Mercado e da Sociedade Civil. Indiscutivelmente, esta polêmica permanece incrustada nas rochas paradigmáticas de uma sociedade espanhola que, até hoje, não digeriu por completo o fenômeno da imigração.

A própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, datada de 1948, em seu art. 13, determina que:

· Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.
· Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

Vindo de encontro com as prerrogativas desta Carta, a imigração, fato vivido neste país, desperta o questionamento para com a sua viabilidade, tendo em vista o abarrotamento de uma Espanha que vem buscado estancar este fluxo de pessoas que pleiteiam muito mais do que um simples posto de trabalho, buscam afirmar-se como cidadãos, sejam espanhóis, estrangeiros, ou simplesmente do mundo.

Com base nesta realidade multicultural, típica nas grandes metrópoles como Madrid e Barcelona, seguidas pela Comunidade Valenciana, Andaluza e Galega, citando as que mais evidenciam este acontecimento, existe uma nítida correlação de forças entre três atores implicados neste processo de discussão: Estado, Mercado e Sociedade Civil. No topo desta estrutura, como norteador dos debates e protagonista principal, encontra-se o Estado e os seus mecanismos coercitivos. Já, no eixo intermediário deste triângulo, está o Mercado, cujas ações compõem um quadro regulador dos interesses econômicos. Abaixo, servindo de base, encontra-se a Sociedade Civil.

Em se tratando de imigração, o controle estatal deve minimizar os efeitos deste fenômeno, formulando Políticas de Senso Comum, servindo de trava destes fluxos imigratórios e do combate ao tráfico e exploração dos seres humanos. Deverá, ainda, reforçar o incentivo ao desenvolvimento de Países Terceiros, tendo em consideração as relações histórico-culturais que assina.

Em relação às Políticas de Integração dos Imigrantes e Cidadania (por referência aos valores da democracia e da liberdade religiosa e cultural), a Espanha vem buscando atualizar seus métodos de legalização, estabelecendo uma legislação que assegure a igualdade dos direitos e deveres, sem prejuízo moral ao recém chegado. Contudo, este intento acaba em vias de fracasso quando deparado com o volume desproporcional de imigrantes que adentram em seu território a cada dia, gerando um ambiente sensível, exigindo uma lida que ultrapassa as questões compreendidas pelos órgãos competentes.

Ora, nunca foi de fácil resolução os temas que envolvem o universo da imigração, nem mesmo quando advêm do próprio certame, tanto é que a própria Espanha, num passado recente, teve como foco de discussão a circunferência percorrida pelos seus próprios nativos em busca de trabalho e integração social. Em contrapartida, há uma leitura mal feita desta fase de migrações que, na época, atingiu patamares acima das médias mundiais. Por serem todos filhos da mesma terra natal, o problema foi solubilizado, o que não impediu a disputa de forças entre as classes dominantes e as dominadas.

Esta deficiência repercute, na atualidade, fazendo da Espanha um país maquiado, que esconde as causas naturais desta luminosidade étnica, que invade e ofusca seu campo de visão social. Dessa forma, nega ou consente, exclui ou inclui uma história que tende a perpetuar-se, pois, no entendimento dos especialistas, o fenômeno não é só Espanhol, é da União Européia, é mundial.

Mapeando este cenário, a Espanha é um dos países da UE com maior número de imigrantes clandestinos, os quais são escravizados por máfias espalhadas por todo o país, em especial na Andaluzia e na região de Madrid.

Em números gerais, fornecidos pelo Portal Português Sapo (2007), temos:

No final de 2004, vivia na Espanha cerca de 1.854.218 imigrantes legais, originários da América Latina (600 mil), da UE (478 mil), África (366 mil), Leste da Europa (152 mil) e da Ásia (133 mil). Para além destes, calculava-se que vivam neste país, entre 800 mil e 1 milhão e duzentos mil imigrantes clandestinos. Conforme fontes estatísticas, a nação espanhola atingiu hoje a incrível marca de 9,14 % de sua população como imigrantes, sendo que a média de expulsões gira em torno de 90 mil imigrantes clandestinos ao ano.

Dificultando ainda mais o desate deste emaranhado de causas, entra em cena, sob o manto do estado, a esfera política, atuando como filtro transmissor, decodificador e fragmentador dos desejos da nação. Todavia, este intento esbarra no seu próprio eco sistema tecnoburocrático, que tarda em elaborar novas soluções para este fenômeno, pois o que se fez até hoje foi amenizar esta situação de ilegais que perambulavam às escuras. Para tanto, surgiram as regularizações de 2001 e 2005, que, em parte, contribuíram para o decréscimo da xenofobia, que se deve, principalmente, ao medo do desemprego, insegurança em relação ao futuro, o mal estar gerado sobre as condições sociais e a falta de políticas eficazes.

Atuando na faixa intermediária deste escopo, encontra-se o esponjoso mercado capitalista. Neste defensivo e bem ramificado bloco transacional, as etnias são sempre bem vindas, mas são raras as vezes que estas alcançam êxito em terras alheias. Esta necessidade de mão de obra faz do mercado espanhol um trampolim para obter a liberdade tão perseguida dos que ali chegam. Sem firmar contratos de trabalho, o irregular mercado toma partido deste contingente disposto a jornadas exaustivas, pagando baixas ou baixíssimas remunerações, além de se ausentar diante das leis que disciplinem a relação entre empregado e empregador.

Quando contratado, este imigrante começa a ter acesso a um rol de privilégios que antes não usufruía, tais como: 13º e 14º salários, seguro desemprego, férias, ampla cobertura sanitária, cidadania, entre outras. Afinal, qual a dimensão desta substituição de mão de obra? Para a sociedade civil trata-se de um problema ou de uma solução?

Nesta mesma direção, Oglietti (2007), coloca que:

A necessidade por imigrantes é tamanha que, se não contássemos com sua contribuição na oferta de trabalho, a taxa de desemprego teria sido negativa. Além disso, as previsões afirmam que nos próximos 15 anos a quantidade de imigrantes poderia dobrar ou mais que dobrar, pois o mercado de trabalho precisará de umas 6 milhões de pessoas para cobrir a queda demográfica dos espanhóis. As crianças que agora têm menos de 15 anos, 6.4 milhões, não conseguirão substituir dentro de 15 anos os que agora têm entre 16 e 31, 8.5 milhões. Além disso, parte da nutrida série de babybooomers que agora têm 30 e 44 anos começará a sair do mercado de trabalho nesta etapa.

Como base de apoio desta conjugação entre atores está a sociedade civil. Legítima defensora dos seus direitos e deveres, observatório crítico das outras instâncias e engrenagem essencial para a manutenção de todo e qualquer estado, esta organização, em suma, gera subsídios indispensáveis à manutenção dos interesses das camadas estratificadas frente a uma Espanha que, por vezes, mostra-se relapsa quando acionada.

A partir das experiências oriundas da migração já comentadas neste artigo, a sociedade espanhola ainda apresenta a necessidade existencial do debate sobre estas questões. Sabemos, também, que este diálogo é, antes de tudo, página virada de uma grande bibliografia social “esquecida” pelos espanhóis.

Aclimatando nossa perspectiva, não poderíamos deixar de mencionar as discussões que rondam o imaginário desta coletividade que, historicamente, não aceita este vendaval étnico de novas culturas, comunicando a todos sua nítida sensação de desconforto com este fenômeno. Presenciar incrédulos que os espanhóis vão se tornando membros economicamente inativos, enquanto, do outro lado, os mercados, tanto ilegal como legal, sugerem a preferência pela exploração de estrangeiros, é, acima de tudo, um fato repulsivo. Outra menção marcante, nesse discurso, é o aumento dos índices de criminalidade provenientes da imigração massiva.

Independente de quem esteja com a razão, é preciso informar que esta disputa gera um invariável enfraquecimento, onde todos perdem: o Estado buscando soluções emergenciais para uma crise em longo prazo e os políticos que duelam entre si na caça por alianças que disfarçarem uma realidade. Daí, o falso conforto nesse superlotado elevador rumo aos últimos andares dos edifícios eleitorais. Já, o mercado, mais capitalista do que nunca, mostra quem tem o poder nas mãos, reduzindo, mantendo ou maximizando sua abrangência nesta complexidade.

Por fim, a sociedade civil, que tem, na veia de discussão e no protesto, um ferramental estratégico que, se não comanda, contribui diretamente para a manutenção de um Estado competente em determinadas situações e incompetente em outras, levando em conta não só um, mas inúmeros interesses que se entrecortam neste grande tabuleiro social.

2. A COMUNICAÇÃO QUE INFORMA É A MESMA QUE MANIPULA

Entender os meios de comunicação, assim como interpretar o detalhismo do seu papel na sociedade e o que haveria de ser de nós se tais mecanismos não existissem, sempre foi e continuará sendo objeto de difícil análise. E o que dizer quando este maquinário informativo existe, mas não funciona corretamente em prol da melhor informação.

Na academia, assim como na vida, aprendemos que informação fidedigna, de fonte confiável, sem distorções ou maniqueísmos sombreados é o bastante para cumprir com a boa cartilha jornalística e fazer dela um instrumento de reflexão social. Mas, infelizmente, a realidade global nos mostra exatamente o avesso. Para compreender melhor este quadro adjetivado, imaginem uma grande e multicolorida colcha de retalhos com seu lado avesso revelado: triste, sem vida, desinteressante. Ou seja, há duas formas de se enxergar a realidade: sob um viés gris, falso e tendencioso – ou de uma maneira viva, multiopinativa, reflexiva e justa. Atualmente, é com estas duas roupagens que os meios de comunicação tratam de lidar com o caos da imigração na Espanha.

Como alvo central de discussões, podemos raciocinar sobre o papel fundamental da comunicação na construção dos aspectos democráticos de uma nação, além de discutir os motivos que fazem os MCM perderem este norte, logo, em se tratando de Espanha, a influência da mídia é firmemente motivada pelas questões que envolvem a imigração.

Para servir de ponte a tal lógica, nos valeremos das inseparáveis relações que a comunicação e os formadores de opinião mantêm com as instâncias do poder, o efeito destas semelhanças na sociedade e o desgaste natural que esta realidade vem apresentando ao longo dos anos. A esfera do Estado, assim como a do Mercado, não existe ou não resistiria como força, caso os dispositivos comunicativos não andassem em consonância com os seus objetivos, formando uma redoma quase irrompível. Não incrivelmente, esta “parceria blindada” pode ganhar ou perder força, conforme o estreitamento ou o distanciamento destas relações, fazendo dos MCM uma potência solitária, que deve configurar a vida social de cada cidadão, mas não pôr em risco a soberania dos aspectos étnico-culturais de um povo qualquer.

O que se vê nas zonas de maior ênfase imigratória é a construção da notícia seguindo critérios particulares, fazendo das observações artifícios criados pela conexão de várias forças situadas em diferentes níveis. Este noticiar distinto gera interação entre os indivíduos e os diversos segmentos da sociedade latino-americana, alvo principal dos meios de comunicação, que, conforme sua capacidade de penetração pode contribuir para a exclusão, inclusão ou manutenção das identidades dos que optam pelo estrangeirismo em suas vidas. Como argumento a favor dos imigrantes, a comunicação trata rapidamente de relacioná-los com as necessidades de uma Espanha carente de mão de obra e o papel destas populações na solução destas carências diagnosticadas como “dramáticas”.

Esta inverdade, por vezes, é uma das causas mais comuns dos choques culturais e não culturais entre a população espanhola e dos que ali vivem por força do empobrecimento econômico de suas nações de origem. Os relatos que provam esta espinhosa disparidade são somados e documentados a cada dia, conferindo a este cenário uma realidade tempestuosa.

Tais relevâncias supracitadas são repetidamente pontuadas pela sociedade espanhola, vindo a caracterizar, em muito, a realidade do imigrante. Sabe-se que tudo isso forma estereótipos, conduz e orienta discussões, reduzindo ou aumentando o impacto do que é fato ou do que não é noticiado como legítimo. Enfim, a comunicação é o fio condutor dos processos de exclusão e inclusão, sejam eles entendidos com menor ou maior pertinência dentro de uma Espanha atada pelos seus próprios modelos e ainda incapaz de objetivar novas posturas, a fim de recriar uma visão menos embaciada sobre a imigração, minimizando os impactos deste fenômeno na vida dos envolvidos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estado espanhol vive hoje um momento diferenciado. Se até pouco menos de três décadas, seu papel era eminentemente de país preocupado com as seqüelas causadas pelo seu antigo modelo político, ditatorial e coativo – agora, num palco não menos iluminado, foca e direciona seus holofotes para os problemas que envolvem as questões da imigração.

Diante dos processos de regularização ocorridos em 2001 e 2005, a Espanha, por intermédio da sua Constituição Federal, vem obtendo certos avanços na legalização do contingente imigratório. Esta redemocratização da idéia de ir e vir com propósitos de crescimento e valorização do ser humano, e a sua relação direta com as forças de trabalho, poderá levar a Espanha de hoje a ocupar assento mais destacado nas cumbres que observam e discutem esta questão de uma maneira mais comprometida, buscando assertividade diante deste grande questionamento moderno.

Em contrapartida, a grande questão que envolve a precária realidade destas pessoas continua, contudo, a ser secundarizada. A principal reivindicação dos imigrantes é, muitas vezes, serem simplesmente reconhecidos como gente. “Nenhum ser humano é ilegal", já externavam os ativistas simpáticos a esta realidade quase paranóica de autodefesa, que fragiliza todo e qualquer indivíduo que necessite das medicinas sociais que uma nação pode e deve oferecer.

Finalizando, inserida nesta mandala de fogo encontra-se a comunicação e o seu papel influenciador na lida com os assuntos que envolvem direta e indiretamente a imigração na Península Ibérica e as suas respectivas causas e efeitos sobre as estruturas sociais espanholas.

Em virtude dos aspectos mencionados, concluímos que os conflitos que envolvem a imigração, assim como todas as análises feitas a fim de cientificar estes fenômenos, carecem de maior respaldo por parte da sociedade, pois, na prática, o que se percebe é um alijamento, uma indiferença, um jogo de cartas marcadas, que se mostra sutil e vantajoso, para uns, oneroso para outros. Como elo desta corrente e como não poderia deixar de ser, está a comunicação como fio condutor dos processos de exclusão e inclusão. Logo, comunicar é preciso, desde que haja imparcialidade e ética, evitando distorções, manejo ou, em último caso, asfixia das minorias.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Oglietti, Guillermo (2007) na versão traduzida para o Português

Portal ibero-americano ciberamérica: www.ciberamerica.org/ciberamerica/portugues

3. Portal Português Sapo/imigrantes (2007): http://imigrantes.no.sapo.pt/page3.html

4. Declaração Universal dos Direitos Humanos, datada de 1948, em seu art. 13