domingo, 9 de março de 2008

Fobias Barreto de Meneses: Literatura do Medo


Ele, Fobias, 17 anos...

Ao despertar, a primeira coisa que faz, é ligar a máquina.

Seus componentes empoeirados, interligados e magnetizados servem de resposta, verdadeira aposta.



Ele, circuito integrado, soldado na cadeira, permanece marchando.

Não lê livros, lê bytes.
Não é visto, sua imagem é capturada.
Não se expõe ao sol, prefere as radiações.
Suas refeições? O sujo teclado revela.
Seus contatos? Extensos mailing lists.
Sexo? Cyber sexo.
Religião? O virtualismo.
Profissão? Fora da lei.
Crime? O digital.
Punição? Jogar xadrez, infame quebra-cabeça.
Atividade física? Manual, essencialmente, manual.
Poesia? A de guerra.
Seu cérebro? Das exatas.
Exatamente avesso à realidade das humanas.

Em 7 de junho, nasceu.
Aos 7, videomaníaco.
Agora, com 17, infomaníaco.

Sergipano, viveu 50 anos sob o manto paterno.
A figura do pai, intransponível, massacra.
O que pode Tobias, todos os dias? Encerrar-se?
Enfim, opta pelo seminário,
triste calvário de um pobre mercenário.

De imediato, medroso, desiste.
Incapaz de trocar ações por orações,
pois a devoção ele mesmo faz, desfaz e refaz.
A complexidade frasal é sua maior conquista.

Seu Destino?

UMA VIDA,
UMA LIDA,
UMA SINA...

RACIOCINA!

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