sábado, 22 de março de 2008

FUNERÁRIA PAU DE ARARA

Mais um dia de trabalho na mais louca funerária deste mundo.


O telefone toca: ...,...,...!

Agente Funerário: Funerária Pau de Arara, boa noite.

Mulher: Pau de Arara?

Agente Funerário: Sim, como posso enterrá-la?

Agente Funerário: Perdão. Como posso ajudá-la?

Mulher: Mas o que é isso?

Mulher: Que horror!

Agente Funerário: Ora, uma funerária. E sem odor.

Mulher: Mas com este sarcasmo?

Agente Funerário: Claro, é para melhor sofrê-la.

Agente Funerário: Digo, para melhor atendê-la.

Em tom de espanto, ela exclama: Meu Deus do céu.

Agente Funerário: Se vai pro céu é mais caro.

Pasma, a mulher pergunta: Que?

Agente Funerário: Mas tem promoção.

Mulher: Como é que é?

Agente Funerário: Simples, pacote completo: a senhora indica o morto e nós oferecemos o melhor repouso.

Agente Funerário: Pro presunto descansar em paz, né?!

Aterrorizada, ela prega: Mas isso é o fim do mundo.

Agente Funerário: Fim do mundo tá barato: viagem só de ida, sem volta.

Mulher: Sabe de uma coisa, isso que o senhor está fazendo não tem perdão, vô desligar.

Agente Funerário: Isso mesmo, sempre há tempo para o perdão.

Agente Funerário: Mas espere, não desligue.

Agente Funerário: Continue respirando. Digo, escutando.

Revoltada, ela diz: Blasfêmico!

Agente Funerário: Vou repassar seu coração, opa sua ligação para um dos nossos coveiros. E sem arsênico.

Quase incorporando, explode: Mas que demônios são esses?

Agente Funerário: Ahnn! Isso é mau sinal.

Agente Funerário: Vem cá, são de que cor?

Já em pânico, ela suplica: Nossa, socoooorro!

Agente Funerário: Senhora, ele está aí por perto?

Mulher: Ele quem, ora.

Agente Funerário: Vamos negociar uma morte justa, digo um preço justo para a senhora.

Cansada, a mulher pergunta: Mas que loucura é essa? Tu é loco?

Agente Funerário: Não. E a senhora?

Agente Funerário: Porque se for, o manicômio é aqui do lado.

Agente Funerário: Volta e meia, enterrados um que outro e aproveitamos os parafusos frouxos.

Mulher: Parafusos?

Agente Funerário: Isso. A gente usa nos caixões, tudo mortinho, opa fechadinho.

Agente Funerário: E aí, negócio fechado? Digo, caixão aberto.

A mulher, apavorada, esbraveja: Nem morta!

O fone é desligado: TUN, TUN TUN...

O atendente, indignado, reclama:
Nossa! De cliente assim quero distância, fede mais que defunto.

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